quarta-feira, 27 de julho de 2016

1,5 milhão de trabalhadores em Minas têm dor nas costas


Mais de 1,5 milhão de trabalhadores em Minas Gerais teve algum tipo de problema crônico na coluna, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013. As mulheres tiveram mais diagnósticos do tipo, segundo o levantamento do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta semana, assim como as pessoas com idade entre 40 e 59 anos.

Oscar Bertino disse que a maior parte dos problemas relacionados à coluna é lombalgias (Foto: Celso Ribeiro)
Oscar Bertino disse que a maior parte dos problemas
 relacionados à coluna é lombalgias
(Foto: Celso Ribeiro)

Uma dor crônica se caracteriza quando é frequente e dura mais de dois meses. Dessa forma, a PNS, que tem dados de 2013, mostrou que Minas, com 1,567 milhão de pessoas nesta condição, só não tem número de diagnosticados maior que São Paulo entre os Estados brasileiros. Os paulistas tiveram mais de 3,1 milhões de pessoas com problemas de coluna. Logo atrás de Minas, nesta listagem, está o Estado do Paraná, com 1,2 milhão de doentes ortopédicos.

O médico ortopedista e traumatologista Oscar Bertino disse que a maior parte dos problemas relacionados à coluna é lombalgias e que a maioria das pessoas que pratica qualquer atividade terá este tipo de ocorrência um dia na vida. Estes problemas, que levam a dores e dificuldade de movimentação da pessoa, são causados por algum desequilíbrio muscular que afeta a parte lombar da coluna.

Como efeito direto, o trabalhador pode perder dias de trabalho. Para evitar isso, segundo Oscar Bertino, é preciso combater o que desencadeia o problema. “Dor na coluna usual é uma questão de sobrecarga da musculatura lombar. Se acontecer sempre, é preciso saber o motivo, tratar e reduzir a frequência”, afirmou o ortopedista.

E, de acordo com o fisioterapeuta Paulo Henrique Faria, é possível prevenir as dores. Ele afirmou que a maior parte dos problemas na coluna atinge pessoas sedentárias e que trabalham sentadas. “Essa postura pode gerar maior pressão no disco vertebral, e, se ela não for cuidada, pode desenvolver dor”, disse. Ele afirmou ainda que a maior parte de seus atendimentos é de melhoria da postura com exercícios centralizadores.

Mais mulheres sofrem com problemas na coluna
Enquanto, em Minas Gerais, 750 mil homens com alguma atividade tiveram problemas com a coluna, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, 817 mil mulheres tiveram o mesmo diagnóstico. De acordo com o médico ortopedista e traumatologista Oscar Bertino, essa diferença pode estar ligada à maior inclusão das mulheres no mercado de trabalho e na entrada delas em profissões antes dominadas por homens, além do fato de haver uma população feminina ligeiramente maior que a masculina.

IDADE
Entre o grupo etário, os mineiros com idades entre 40 e 59 anos representam um grupo com 847 mil pessoas com problemas de coluna, segundo o levantamento feito em 2013 e divulgado nesta semana pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A segunda faixa etária mais afetada em Minas foi aquela entre 25 e 39 anos, com 384 mil pessoas afetadas por problemas na coluna.

Ronivon Santos teve duas hérnias na porção cervical da coluna (Foto: Celso Ribeiro)
Ronivon Santos teve duas hérnias na
porção cervical da coluna (Foto: Celso Ribeiro)


Tratamento afastou cinegrafista por seis meses

Entre o fim de 2015 e o início de 2016, o cinegrafista Ronivon Santos foi diagnosticado com duas hérnias na porção cervical da coluna, passou por uma cirurgia e ficou afastado do trabalho por seis meses. Nesse período, além da medicação, ele fez 65 sessões de fisioterapia.

Depois desses tratamentos, Santos voltou a trabalhar normalmente, ainda que continue sentindo incômodos. “É uma dor suportável, estou acostumado. Antes, para dormir e andar, era terrível”, disse.
As hérnias, segundo o trabalhador, foram decorrentes de má postura e sobrecarga quando jovem.


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