quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Artrodese cervical anterior


O que é? 

ARTRODESE = UNIR VÉRTEBRAS (ELIMINAR ARTICULAÇÕES)CERVICAL = PESCOÇOANTERIOR = PELA FRENTE 

É uma cirurgia realizada na parte mais alta da coluna, para aliviar a compressão de raízes nervosas ou da medula e para fixar a coluna cervical.

O que é feito? 

Quando um disco da coluna cervical rompe, ele pode pressionar as raízes nervosas ou a medula, causando dor e outros sintomas no pescoço, braços e, até mesmo, fraqueza nas pernas.
Nesta cirurgia, a coluna é abordada por um pequeno corte na frente do pescoço, permitindo que se retire os discos doentes e fixe as vértebras, plástico e enxerto de osso.
Por serem feitos de materiais biocompatíveis, esses implantes não serão rejeitados pelo corpo. Dependendo de cada caso, o enxerto de osso pode ser artificial ou feito com osso do próprio paciente. 

O que acontece depois? 

Para uma recuperação bem sucedida, é preciso encarar a cirurgia e o período de recuperação com confiança, um bom entendimento do processo e uma boa relação com a equipe que está lhe tratando.
O cirurgião tem o treinamento e a experiência necessários para corrigir problemas físicos através da operação. O corpo é capaz de cicatrizar os músculos, nervos e ossos. No entanto, a recuperação não é um processo puramente físico, uma boa recuperação também depende de uma atitude positiva do paciente, que deve traçar pequenos objetivos de melhora e trabalhar para alcançá-los.

COMO É A CIRURGIA


Anestesia:
Este tipo de cirurgia só pode ser realizado sob anestesia geral.
Incisão:
A cirurgia é realizada com o paciente deitado de costas. Uma pequena incisão, na maioria dos casos com aproximadamente 3 a 4cm, é feita na parte anterior do pescoço.

Exposição e remoção do disco cervical:

Depois da incisão, um afastador põe de lado os músculos e estruturas do pescoço, deixando o disco exposto. O disco é totalmente retirado com pinças, até que as raízes nervosas e a medula estejam completamente liberadas.

Colocação do implante:

O implante é encaixado no espaço onde estava o disco. O enxerto de osso colocado no implante, seja retirado do paciente ou artificial, começará a promover uma fixação biológica entre essas vértebras. Em seguida, uma placa para estabilização é presa com parafusos nas vértebras vizinhas.

Fechamento da incisão:

A operação é completa com o fechamento da incisão com pontos intradérmicos (por dentro da pele, como nas cirurgias plásticas). Na maioria das vezes é utilizado um fio que é absorvido pela pele, não necessitando retirada de pontos.

RECUPERAÇÃO NO HOSPITAL:


Dor e dormência:

Essa cirurgia não costuma provocar muita dor. É muito comum sentir alguma dor ou desconforto para engolir e uma certa dor muscular na região dos ombros. Geralmente estes sintomas melhoram nos dias seguintes à cirurgia.
Quando presentes, os formigamentos dos braços ou a dificuldade de caminhar não costumam desaparecer em seguida da cirurgia, de forma que sua presença não significa que o procedimento foi mal sucedido ou que a recuperação será ruim. Elas devem diminuir lentamente, enquanto os nervos cicatrizam. De qualquer forma, descreva o sintoma para seu médico.

Atividade física:

Você pode mover-se na cama e posicionar-se como achar confortável assim que estiver recuperado da anestesia. A caminhada pode iniciar em seguida, e a maneira mais fácil de sair da cama é levantar a cabeça o quanto conseguir, e então colocar as pernas no chão. Peça ajuda da enfermagem.
Geralmente os colares cervicais não são mais utilizados.
Você pode ficar independente para a maioria das atividades, devendo apenas evitar esforços e movimentos que forcem o pescoço.

Higiene:

Geralmente você pode tomar um banho no dia seguinte à cirurgia. Isto fará você sentir se melhor e pode ser feito com o curativo no local para proteger a incisão. A enfermeira trocará o curativo depois.

Nutrição:

Como é comum haver dor para engolir nos primeiros dias, começa- se a dieta com alimentos líquidos e pastosos. A alimentação normal retorna aos poucos, à medida que o desconforto para engolir vai melhorando.
Dificuldade de funcionamento do intestino pode ser tratada com laxativos e dieta rica em fibras.

Alterações emocionais:

É comum sentir-se desencorajado e cansado por vários dias depois da cirurgia. Este sentimento pode ser uma reação natural do seu corpo, mas pode também ser um sinal de depressão. Você não pode permitir que isso fique no caminho da sua recuperação. Uma atitude positiva é essencial para seu retorno às atividades normais.

Alta do Hospital:

A permanência hospitalar para artrodese cervical anterior costuma ser de 2 dias, mas isto pode variar conforme seus progressos e de acordo com as condições de conforto e auxílio disponíveis em sua casa.

RECUPERAÇÃO EM CASA

Atividade física:

As limitações são esforço físico, carregar pesos e fazer movimentos forçados com o pescoço.
A maioria das atividades do dia a dia pode ser realizada sem problemas.
Aprenda a ‘escutar’ seu corpo, desconforto é normal enquanto você retorna às atividades, mas dor é um sinal para ir mais devagar.
Relações sexuais podem ser reiniciadas durante a recuperação, mas posições que forcem o pescoço ou causem dor devem ser evitadas.

Trabalho:

Seu médico o ajudará a determinar quando você poderá retornar ao trabalho e quais serão suas limitações. Se uma licença for necessária, você receberá a documentação no pós-operatório.

Dirigir:

Você só poderá dirigir quando tiver recuperado toda a coordenação e estiver com dor mínima.
Não tente dirigir depois de utilizar medicação para dor, pois ela pode reduzir seus reflexos.

Medicação:

Você sentirá menos necessidade de medicação para dor à medida que for se recuperando. Inicialmente pode ser feito um aumento do intervalo entre as doses, e depois a redução de cada dose. Um certo grau de desconforto e dor no pescoço e braços é esperado até que a inflamação e sensibilidade do nervo tenham passado. Calor, exercícios, massagem, e períodos curtos de repouso também diminuem a dor.

Curativos:
Os curativos são simples, e podem ser feitos por qualquer familiar. Basta limpar a incisão com sôro e cobrir com gaze ou fita adequada. Se você reparar vermelhidão, inchaço, ou qualquer secreção na incisão, avise seu médico. Evite expor a incisão ao sol, pois isso pode piorar a cicatriz.




Higiene:
Exceto se for instruído ao contrário, você pode tomar banho normalmente. Deixe a água cair na incisão, mas não escove ou esfregue. Use sabões neutros ou medicinais. Seque com cuidado.

Nutrição:
Uma dieta bem balanceada é necessária para uma boa s vise cicatrização. Inclua alimentos de cada grupo básico (vegetais, frutas, etc.), mas coma bastante proteína. Como você vai estar menos ativo durante a recuperação, evite alimentos pesados e aqueles com muitas calorias mas, poucos nutrientes, você corre o risco de engordar.

OS RISCOS

Embora todas as precauções sejam tomadas para evitar complicações, não existe nenhum procedimento médico 100% livre de riscos, sendo que a maioria desses riscos fazem parte do procedimento, não estando relacionados condutas erradas do cirurgião.
Entre os riscos mais comuns das cirurgias em geral estão as infecções, o sangramento excessivo (hemorragia) e as reações à anestesia.
Outros possíveis riscos, específicos da artrodese cervical anterior são lesão do nervo laríngico recurrente, causando rouquidão que pode ou não ser passageira, e lesão de raízes nervosas ou da medula, podendo provocar tipos e graus variáveis de problemas de motricidade ou sensibilidade.
A experiência clínica e o planejamento cirúrgico fazem com que os riscos sejam limitados e as complicações pouco frequentes. Além disso, a maioria das complicações é tratável.
Entretanto, como os riscos podem variar muito de caso a caso e de paciente para paciente, você deve sentir-se à vontade para discutir com seu médico a questão dos riscos específicos do seu caso. Isso apenas aumenta a segurança e a confiança.

CICATRIZAÇÃO E RECUPERAÇÃO:

Cicatrização é o processo natural do corpo para restaurar os tecidos danificados para um estado normal ou próximo do normal. Embora a cicatrização possa ser melhorada por uma boa saúde geral, nutrição adequada, repouso, e boa forma física, ela ocorrerá sem você ter de trabalhar por ela. Nas cirurgias de artrodese, a cicatrização é considerada definitiva no momento em que o enxerto de osso une completamente as vértebras. Esse processo costuma durar de 3 a 6 meses.

Recuperação é um processo mais abrangente, durante o qual você o trabalha para ficar bem. A recuperação não depende apenas da cicatrização dos tecidos, ela requer um esforço gradual e persistente para aumentar sua força física e diminuir suas dificuldades. Alguns pacientes tem uma cicatrização completa, mas nunca conseguem recuperar-se bem e permanecem com limitações definitivamente, mesmo sem haver problemas com a cirurgia. A boa recuperação exige de você um comprometimento com sua saúde, pensamento positivo e vontade de ficar bem. Você deve concentrar-se nas coisas que estão melhorando, não nos sintomas que permanecem. Manter-se focalizado nos progressos realizados, junto com o esforço constante para melhorar, farão a atitude positiva que vai acelerar seu retorno à atividade diária normal.



quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

2014 em números: uma ética de trabalho

Gostaria de compartilhar com meus leitores algumas estatísticas relativas aos tratamentos conduzidos por mim em 2014. Tenho orgulho de tratar meus pacientes sempre da maneira mais adequada possível, sendo a cirurgia sempre a última opção. E no ano passado esta abordagem de trabalho se confirmou: 92% dos meus pacientes tiveram seus problemas resolvidos sem intervenções cirúrgicas. Mesmo sendo um cirurgião de coluna ativo, com 31 anos de atendimento na área, serviço de treinamento e ensino credenciado pela Sociedade Brasileira de Coluna, procuro sempre resolver o caso de cada paciente de maneira única, enfatizando orientações, medicamentos e atividades físicas antes de qualquer cirurgia.

Vamos aos dados: em 2014, realizei pessoalmente 2214 consultas. Dentre todas elas, apenas 139 pacientes (6,27%) realizaram algum procedimento para dor ou cirurgia em ambiente hospitalar. Desse grupo, 26 pacientes (1,17%) realizaram procedimentos hospitalares sem alto custo; 65 pacientes (2,93%) realizaram procedimentos hospitalares com cânulas ou implantes nacionais; e 48 pacientes (2,16%) realizaram procedimentos com cânulas ou implantes importados. Os números demonstram que as intervenções cirúrgicas representam menos de 10% dos casos atendidos por mim.

Lembro ainda que não realizamos procedimentos invasivos no consultório do Centro de Cirurgia de Coluna Vertebral, e trabalhamos sempre com a ética em primeiro plano.

Atenciosamente

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

- Motorista, você sabe cuidar de sua coluna?

Os paulistanos passam cerca de 2h40min em média dentro do carro, segundo pesquisa feita pelo Movimento Nossa São Paulo. Isso não difere muito do que acontece nas outras grandes cidades. Por isso a pergunta: você sabe o dano que isso causa em sua coluna? Conheça dicas importantes e mude sua postura ao dirigir.

Perigo silencioso

Não é somente com acidentes que devemos nos preocupar quando passamos muito tempo no volante. O perigo é silencioso e quase ninguém se preocupa com ele: o posicionamento errado da coluna vertebral quando se está dentro do carro. Hoje já são 85% da população mundial que sofre de problemas na coluna, segundo a OMS.


Seu carro é adequado a você?

Na maioria das vezes, as pessoas compram carros que não são compatíveis com a forma e tamanho do seu corpo. Lesões à coluna vertebral serão o resultado de muitas horas sentadas em bancos inadequados.

Teste drive de 20 minutos

Quando for escolher um carro novo leve em consideração também a ergonomia e o conforto que o interior do veículo oferece ao seu biotipo. Segundo o quiropraxista Dr.Jason Gilbert, autor do livro “O segredo da coluna saudável – Siga os passos para uma coluna sem dor”, deve-se fazer um teste drive de pelo menos 20 minutos e observar se o motorista ainda se sente confortável.

Volkswagen Polo 2011

Mais dicas de prevenção

Observe outras dicas que previnem danos a coluna de motoristas do Dr. Jason Gilbert:

1 - A poltrona deve ser regulada de acordo com suas necessidades. Ela precisa ser firme para apoiar a coluna e as costas. O acento tem de ser mais largo que os quadris do motorista e o apoio da coluna suficientemente largo para encaixar os ombros; 
2 - Se a sua poltrona não possui um bom apoio lombar adquira um, mantendo a coluna bem alinhada e em boa postura; 
3 - Mantenha sempre os cotovelos ao lado do corpo alinhados aos ombros; 
4 - O motorista deve descer do carro sem fazer muito esforço, diminuindo os riscos de lesões musculares; 
5 - Os calcanhares devem estar apoiados no chão. Para as mulheres, é recomendado que evitem salto alto na hora da direção; 
6 - Ao descarregar o porta-malas, é necessário flexionar o corpo ou se agachar, contraindo os músculos abdominais e segurando o peso o mais próximo possível do corpo; 
7 - Em viagens muito longas, saia do carro a cada duas horas, caminhe um pouco, levantando os joelhos para o alto e alongando-se. 

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Maya Gabeira prepara volta às ondas gigantes após duas cirurgias na coluna

Após aproveitar fim da temporada havaiana, carioca fará expedições pelo Hemisfério do Sul e planeja para outubro de 2015 o retorno a Nazaré, onde sofreu grave acidente


Ela é não é do tipo que se deixa abalar pelo medo do perigo. Não por acaso se tornou  uma referência de coragem, talento e preparação física e mental na hora de encarar os mares mais assustadores. Aos 27 anos, a carioca Maya Gabeira é considerada uma das melhores surfistas de ondas grandes do mundo e já venceu cinco vezes o prêmio XXL Awards pela categoria de "melhor performance feminina", uma espécie de "Oscar" do surfe. Por conta de um problema de hérnia de disco que vinha incomodando a surfista há alguns anos, mas que se tornou insuportável há um ano, ela precisou ficar fora de combate. Fez duas cirurgias nas costas e fez um tratamento intensivo em Los Angeles, nos Estados Unidos. Praticamente recuperada, a carioca deverá voltar a surfar ondas maiores a partir de janeiro. 
Maya Gabeira voltará a surfar com mais frequência em janeiro, antes de curtir o fim da temporada havaiana (Foto: Pedro Gomes Photography)Maya Gabeira voltará a surfar com mais frequência em janeiro, antes do fim da temporada havaiana (Foto: Pedro Gomes)
Foram muitas crises agudas de hérnia de disco até que a carioca tomasse a decisão de operar. A situação estava insustentável, atrapalhou o seu desempenho e a obrigou a adotar diferentes estratégias para compensar o incômodo e a falta de sensibilidade na perna direita. Após sofrer uma queda em uma gravação de um comercial no Taiti, na qual fraturou o nariz, em junho, as dores aumentaram e Maya se submeteu à primeira cirurgia nas costas no mês seguinte. Iniciou o processo de recuperação com sessões de fisioterapia, mas os exames apontaram uma outra hérnia no mesmo lugar. Em setembro, fez a segunda intervenção.
- Eu já sofria há anos com uma hérnia de disco, que piorou muito depois de Nazaré. Eu entrava e saía de crise toda hora e não estava mais conseguindo surfar direito. Depois do acidente no Taiti, vi que não voltaria a surfar tão cedo se não operasse. Agora eu estou ótima. Fiquei quatro meses reclusa, mas voltei a surfar recentemente no Rio de Janeiro gravando uns comerciais. Para voltar a surfar onda grande é que vai demorar mais. Preciso fazer um trabalho de base para fortalecer o abdômen e corrigir uma mecânica que ficou comprometida por anos. Sou muito tranquila e já passei por muitos períodos de reabilitação na minha vida, mas a recuperação da coluna foi bem restrita. Fiquei muito tempo sozinha em casa e vi todos os filmes possíveis - contou Maya. 
Maya Gabeira realizou duas cirurgias nas costas para curar problema de hérnia de disco (Foto: Pedro Gomes Photography)Maya realizou duas cirurgias para curar problema de hérnia de disco (Foto: Pedro Gomes Photography)
Ao todo, a surfista ficou afastada do surfe por quatro meses, quase uma tortura para quem vive na praia. Precisou ficar deitada por dias e dias (um mês para cada operação) olhando para o teto ou assistindo a filmes pela televisão, afinal, a recuperação exigia repouso completo. Recentemente, voltou a surfar "de leve", uma ou duas vezes na semana, recuperando o ritmo e preparando o terreno para voltar a enfrentar os "monstros dos mares". Depois de passar alguns dias no Havaí, ela planeja retornar ao arquipélago em fevereiro e março para mergulhar no universo do surfe. Em seguida, a carioca pensa em fazer uma viagem pelo Hemisfério Sul, ainda sem roteiro definido. 
- Quero pegar o fim da temporada havaiana, que é um período que eu gosto das ondas e posso surfar em paz, com menos gente. Já estou há dois anos sem surfar no Havaí, nunca pensei que isso fosse acontecer na minha carreira. Vai ser bom para pegar o ritmo antes de voltar para o Rio de Janeiro e depois viajar pelo Hemisfério Sul. Só não sei se é realista da minha parte voltar a surfar ondas gigantes, mas vou voltando aos poucos - disse a carioca.
RETORNO A NAZARÉ EM 2015
Maya já enfrentou ondas grandes no mar gelado do Alasca, foi a primeira mulher a surfar na temida bancada de corais de Teahupoo, no Taiti, e quase perdeu a vida ao surfar um "tsunami" na Praia do Norte, em Nazaré, Portugal, no dia 28 de outubro de 2013. Foi como se entrasse em um ringue com Mike Tyson, viu a morte de perto ao ser engolida pelo mar, foi resgatada e reanimada na areia pelo amigo e companheiro de equipe Carlos Burle, saindo do grave acidente“apenas” com uma fratura na fíbula da perna direita. 
Maya Gabeira planeja retornar a Nazaré em 2015, após grave acidente em 2013 (Foto: Pedro Gomes Photography)Maya Gabeira planeja retornar a Nazaré em 2015, após grave acidente em 2013 (Foto: Pedro Gomes Photography)

Estava tudo armado para ela ir ao local um ano depois do episódio quase fatídico, ao lado de Burle e Pedro Scooby, mas a surfista precisou desistir da expedição por não estar recuperada da lesão nas costas. Os companheiros de equipe voltaram a surfar em Nazaré e, quando se lembraram da amiga, um arco-íris apareceu no mesmo lugar em que a carioca renasceu. 
- Fiquei sabendo que apareceu um arco-íris quando eles se lembraram de mim em Nazaré. Eu sempre falo com o Burle, não só por sermos muito amigos e trabalharmos juntos há nove anos, mas porque ele já se acidentou muito, teve um problema delicado na coluna, sabe o que eu estou passando e o quanto é importante eu manter o contato com o mar e estar ligada no surfe. Eu estava superanimada para voltar a Portugal, mas, quando passei pela segunda cirurgia, ficou impossível. Eu não teria condições físicas, por isso, adiei para 2015. Para voltar lá, preciso estar muito bem fisicamente para aguentar. Não tive escolha, aceitei e pronto. 
FUTUROS PLANOS
Maya Gabeira (Foto: Arquivo Pessoal)Maya faz exercícios na academia e se prepara para voltar a surfar ondas gigantes (Foto: Arquivo Pessoal)
Antes de ir a Portugal, ela deverá realizar expedições em lugares como Indonésia, Fiji e México, sem deixar de lado o Havaí, um lugar especial em sua vida. Foi lá que ela viveu por cinco anos, se bancou trabalhando como garçonete e se tornou profissional. 
- O Havaí é muito especial para mim, trabalhei como garçonete por quatro anos para me sustentar. Quando não tinha onda aqui, eu ia para Indonésia ou outros lugares. Mas, depois que virei profissional, precisei ficar em lugares mais frios, onde tinham ondas maiores. Me tornar surfista de onda grande foi uma coisa que foi acontecendo. Amo ter novos desafios, viajar pelo mundo, mesmo que eu viaje para os mesmos lugares, é sempre um recomeço, uma nova experiência. A minha vida é feita de retalhos. Não consigo ficar parada e sou fissurada em surfar.
Virar surfista parecia algo inimaginável para uma menina que chorava para não ter de ir à praia e odiava o contato com a areia. Maya começou a surfar tarde, aos 14 anos, por influência de um namorado. Para não ter de passar horas o esperando na beira do mar, seja no Arpoador, no Rio de Janeiro, ou em lugares mais distantes, como a Bahia e a Guarda do Embaú (SC), ela resolveu aprender a surfar e nunca mais parou. Em um intercâmbio cultural de um ano e meio na Austrália, se descobriu atleta. Depois, foi reconhecida no berço do esporte. 
Após quatro anos no Havaí, de 2004 a 2009, Maya morou os últimos anos em Venice Beach, balneário charmoso que pertence a Los Angeles, perto de Santa Monica, um reduto de artistas de rua, skatistas e da elite cultural californiana. Hoje, Maya se vê como uma cidadã do mundo,  dividida entre a vida na Califórnia e o Rio de Janeiro, mas deverá passar a maior parte do tempo na capital fluminense, onde está com um apartamento quase pronto. 
Maya Gabeira  (Foto: Reprodução / Facebook)Maya Gabeira faz treino de apneia para enfrentar ondas gigantes (Foto: Reprodução / Facebook)



























Maya Gabeira posta foto sua na Indonésia (Foto: Reprodução/Facebook)Maya Gabeira em uma das viagens a Indonésia (Foto: Reprodução/Facebook)
Maya Gabeira surfe (Foto: Reprodução/Instagram)Após longo período de reabilitação, Maya revela planos para 2015 (Foto: Reprodução/Instagram)

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