quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Dor - Quando o corpo grita

Uma reportagem bem interessante sobre a dor, veiculada no Jornal Zero Hora, da cidade de Porto Alegre, no sábado passado, dia 14 de janeiro de 2012.

Boa leitura a todos!

***


Quando o corpo grita
por Daniela Santarosa 


A dor é o sinal que algo não vai bem no organismo. Saiba quando procurar ajuda médica.

Inexplicavelmente, surge uma dor na mão. O incômodo faz com que o braço pare de mexer e, em pouco tempo, o ombro perde a função. A pessoa já não consegue executar as tarefas domésticas nem dormir direito. Logo precisa se afastar do trabalho e abandona a atividade física que mais gosta. Como está sempre triste e de mau humor, não quer mais sair de casa. Não é raro ouvir esse tipo de relato de pacientes que sofrem com dores crônicas.

– A sensação é de que a vida vai descendo a ladeira e o paciente não consegue encontrar uma explicação para o que está sentindo – relata a anestesista da Clínica de Dor do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Renata da Cunha Ribeiro.

A dor é um importante mecanismo de defesa do organismo, pois, na maioria dos casos, sinaliza que algo não está funcionando bem. Quando dura de três a seis meses e tem uma causa definida, é classificada como aguda.

– Só que a dor pode perder a função e começa a estar ali sem você precisar dela. Passa a ser um transtorno – alerta a anestesista.

É o que caracteriza a dor crônica. Ela dura mais de seis meses e, como não está associada a um trauma, é difícil explicar de onde veio. Renata diz que nem sempre o médico consegue chegar a um diagnóstico, o que não significa que a dor não exista. É possível que o médico não identifique uma lesão física e não sabe explicar porque a dor está ali, o que não quer dizer que ela seja psicológica: significa apenas que o fator concreto não foi detectado. O paciente pode relatar que, na época em que a dor surgiu, estava, por exemplo, chateado por que havia terminado o namoro, estava desempregado e a mãe havia morrido, mas a anestesista esclarece que não se pode atestar que só existe o componente psicológico. A dor está sempre relacionada a várias causas, mesmo que haja indícios de que tenha sido desencadeada por um fator emocional.

De acordo com a médica, os pacientes com dor crônica que a procuram já passaram por vários especialistas e continuam sem diagnóstico.

– São pessoas que perdem a esperança e se sentem frustradas. Elas chegam ao consultório com aquele tanto de exames e nenhum deles explica o que está sentindo – comenta. Renata conta que conversa com o paciente, faz exame físico, e se houver necessidade, solicita avaliação de outro especialista: aciona fisioterapeuta, acupunturista, psicólogo ou psiquiatra.

Por nem sempre ter uma causa específica, o foco do tratamento da dor crônica não é a cura, e sim fazer com que o paciente conviva melhor com ela. Ou seja: não dá para pensar que o médico falhou porque os sintomas não desapareceram.

– Pode ser que a dor nunca deixe de acompanhar o paciente, mas é possível ter mais qualidade de vida – afirma a médica da Clínica de Dor do Hospital das Clínicas da UFMG.

Em busca do alívio


Uma vez que a dor varia de pessoa para pessoa, o tratamento é individualizado e diz respeito a vários fatores além da medicação. Também pode envolver alívio de estresse e relaxamento, fisioterapia, melhoria nos hábitos de sono e nutrição e exercício físico. Savage recomenda que as pessoas procurem ajuda profissional para a dor crônica quando sentirem que ela está interferindo com a sua qualidade de vida.

Um dos maiores temores no tratamento da dor crônica é que o paciente fique viciado nas drogas utilizadas para tratá-la. Porém, a maior parte dos tipos de dor crônica reponde ao tratamento com medicação não-opióide. Uma combinação de diferentes tipos de analgésicos em doses menores é geralmente mais eficiente que um único medicamento uma dose maior. Porém, se os opióides forem prescrevidos para a dor, o paciente não estará abusando de drogas se tomá-los exatamente como receitados.

Os anti-depressivos são excelentes medicamentos contra as dores crônicas, especialmente por atuarem contra a sensibilização do Sistema Nervoso Central (SNC), fortalecendo as informações enviadas pelo cérebro para que a dor não seja percebida.



Equipe Dr. Ernani Abreu / CRM 10533
Ortopedista e Traumatologista
Especialista em Cirurgia Minimamente Invasiva da Coluna Vertebral
Presidente do Comitê de Cirurgia Minimamente Invasiva da Sociedade Brasileira de Coluna

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