quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Um pouco de história...



O objetivo máximo de um médico, como profissional, é proporcionar o bem estar dos seus pacientes. Nem sempre isso é possível, e depende também da doença do paciente. Nosso trabalho é constante para conhecer cada vez mais diferentes possibilidades de diagnóstico, novas tecnologias, aumentando nossa capacidade técnica e gerando melhores resultados. Essa é a nossa felicidade: a recompensa está ligada ao resultado das interferências que fazemos tanto sob forma de cirurgia quanto de tratamentos conservadores. Mas sempre com foco no paciente e na sua necessidade naquele instante.


Um pouco de história profissional... 

"Quando finalizei minha formação em coluna, em 1983, após a minha residência em Ortopedia, durante meu programa de fellowship (aprendizado intenso sobre técnicas de coluna, sob supervisão de especialistas renomados e com experiência na área), em Porto Alegre, São Paulo e Estados Unidos, as cirurgias de coluna eram verdadeiras agressões, com enormes incisões, destruindo tecidos importantes para o corpo humano e causando grandes sangramentos. Isto fazia parte do aprendizado, era a forma de realizar as coisas na época. 

Não raramente, os pacientes tinham medo quando ouviam dos seus médicos que havia indicação para operar a coluna. Eram recorrentes histórias em que os resultados obtidos não eram os esperados, e também com frequência havia necessidade de novas cirurgias em pacientes já operados. 

Com o passar do tempo, e todas as tecnologias desenvolvidas pelo homem em diversos campos da vida, e da medicina, claro, as técnicas para realização de diagnóstico foram sendo refinadas. Os anestésicos, os medicamentos e as cirurgias em si sofreram grandes mudanças, melhorando drasticamente ao longo das últimas décadas.

Sempre com o objetivo de aprimoramento, segui em frente com o pensamento de que poderia existir uma forma menos invasiva de operar nossos pacientes, que não causasse tanta agressão. Foi então que comecei a interessar-me sobre publicações a respeito de técnicas minimamente invasivas para a coluna. 

Essas técnicas começaram a aparecer no final da década de 80, desenvolvidas principalmente por japoneses e americanos. Convencido de que este era um bom caminho para seguir, realizei um longo treinamento nos Estados Unidos, no final do ano de 1991. Desta forma, de volta à Porto Alegre, iniciei a trabalhar com esta filosofia, começando a realizar técnicas percutâneas para tratamento de hérnias discais contidas. 

No ano de 1992, apresentei no Congresso Brasileiro de Cirurgia da Coluna minha primeira experiência com esta técnica, sendo o primeiro médico brasileiro a apresentar este tipo de cirurgia com indicações e resultados de curto espaço. Foram os primeiros 100 pacientes. Esta técnica é usada ainda até hoje, e tem indicações bem definidas, apresentando ainda bons resultados.

Na década de 90, as artrodeses realizadas em outros países começaram a se desenvolver com melhores resultados, por implantes de novos desenhos e de melhores materiais. Mas aqui no Brasil ainda era inviável realizar esse tipo de procedimento devido aos altos custos. Comecei então, juntamente a outros colegas, a desenhar e desenvolver novos implantes com indústria brasileira, que foram colocados à disposição do povo brasileiro através de empresas nacionais, que passaram a fabricar estes materiais com base na nossa experiência médica. Alinhar o trabalho de engenheiros de materiais e de produção com o conhecimento médico adquirido no exterior foi a melhor maneira de tornar mais populares estes materiais que precisavam ser usados em cirurgias inovadoras.

Sempre buscando melhores resultados para as minhas cirurgias e, consequentemente, para os meus pacientes, mantive-me em constante atualização e estudo de novas técnicas. Em colaboração com o Dr. Fernando Schmidt, neurocirurgião de Novo Hamburgo, introduzimos no Brasil técnicas para terapia de dor baseadas em laser. Em 1993, foi a vez de realizar artrodeses circunferenciais por via única de acesso, também utilizada até os dias de hoje por diversos profissionais no Brasil.

Em 1995, introduzi no Brasil a cirurgia de hérnia de disco por endoscopia, rotineiramente usada até hoje. Em 1999, foi a vez de começar a realizar a vertebroplastia, técnica que insere cimento biocompatível na vértebra para corrigir fraturas causadas principalmente por osteoporose. A qualidade de vida principalmente das pessoas idosas foi muito melhorada a partir desta técnica, que é muito mais simples quando realizada de forma minimamente invasiva. 

Em 2001, juntamente ao Dr. Pil Sun Choi, especialista que atua na cidade de São Paulo, a nucleoplastia percutânea. Ainda em 2001, comecei a atuar com artrodeses minimamente invasivas nos meus pacientes com indicação. 

Nestes últimos dez anos outras técnicas minimamente invasivas foram adicionadas ao meu portfólio, sempre objetivando a melhor indicação, para obter o melhor resultado do meu paciente. Temos que ter sempre em mente que um problema na coluna pode significar o aparecimento de outras patologias no corpo humano, já que a coluna é o eixo que dá suporte a todos os nossos movimentos."


Equipe Dr. Ernani Abreu / CRM 10533
Ortopedista e Traumatologista
Especialista em Cirurgia Minimamente Invasiva da Coluna Vertebral 
Presidente do Comitê de Cirurgia Minimamente Invasiva da Sociedade Brasileira de Coluna

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...